E não é que a Pixar conseguiu de novo...

Estreiou na ultima sexta-feira, 27 de junho, a nova animação da Pixar Animation Studio em parceria com a Disney, “Wall-E”.
Quando vi pela primeira vez uma animação da Pixar foi quando surgiu Toy story, o primeira longa de animação deste “studio-fenomeno”. Dentro de inúmeros boatos quanto a capacidade de uma animação totalmente feita em computador transmitir a carga emocional, surgiram posteriormente “Vida de Inseto”, “Monstros S/A”, “Procurando Nemo”, “Os Incríveis”, “Carros” e, a obra prima do inicio do século XXI em animação, “Ratatouilli”. Todos, sem exceção, foram grandíssimos sucessos de bilheteria e crítica.

Ao ver as primeiras chamadas de “Wall-E” nos comerciais de Dvd´s infantis, pensei: que roteiro é esse? Quem vai querer saber de um robozinho que sai catando lixo pela terra? Não vai dar certo!
Ledo engano! Sempre digo que quando agente tem um prazeroso equivoco é mais satisfatório quanto o sucesso de uma idéia, por que tem o fator surpresa e superação. E sim, a Pixar se supera mais uma vez!
O planeta terra está completamente desabitado por causa do grande acumulo de sujeiras e contaminações em todos os continentes. Os seres humanos estão vivendo em colônias pelo espaço, monitorando o planeta a espera de um novo sinal de vida cultivável. Enquanto isso, Wall-E é um robô que trabalha na limpeza dessas sujeiras e em meio a tanto lixo, escolhe aqueles objetos que, de alguma forma, pode servir em algum momento imprevisível, criando vínculos com esses objetos. Lembrei-me da minha avó que tinha mania de guardar tudo, porque achava que iria precisar em algum momento da vida.

O filme nos conquista pelas sutilezas. Sabe aquelas cenas que não há um só diálogo verbal, cenas composta por um conjunto de pequenos e significativos gestos, e que acabam fazendo agente refletir sobre inúmeras coisas? É incrivelmente emotivo, profundo, reflexivo e envolvente a forma como Andrew Stanton e Jim Capobianco, roteiristas do filme, direcionaram a historia de um robô que valoriza as coisas simples, aprecia uma boa musica, é emotivo e exemplifica o valor do “não estar só” com um simples aperto de “mãos”.
Na trajetória de Wall-E aparece Eva, um outro robô que tem como “diretriz” encontrar vida vegetal na terra. Mas o simpaticíssimo robozinho é cativado pela “menina” de gênio forte e intolerante. E no acompanhamento dessa jornada são inserido valores morais quanto a nossa responsabilidade na sociedade, o exercício da cidadania, o resgate de valores e o reconhecimento e superação de erros. E principalmente, não fomos criados para viver sozinhos!! O coletivo é a principal chave para manter o equilibrio! Tudo dosado por um grupo de coadjuvantes que contextualizam as problemáticas e viabilizam o enredo leve e divertido dessa história.

Os seres humanos são mostrados como produtos de suas próprias invenções, focando o resultado da mentalidade da praticidade dos produtos produzidos para “facilitar a sua vida”! É o surgimento de um mundo forjado para manter a dependência das maquinas, coisas que já fazemos e sempre deixamos de atribuir questões negativas pelo prazer que sentimos de ter algo a nossa disposição, seja para economizar tempo ou tempo.
O cultivo dessa cultura do comodismo mostra o quanto podemos estar fazendo as escolhas erradas desde agora, que nossas atitudes podem mudar gerações lentamente e de forma profunda, não permitindo a criticidade das situações ao seu redor. Esse é o tipo de filme que você sai acrescido de valores, que algo novo ou resgatado veio em sua mente. E isso é a representação do respeito à inteligência do público! Principalmente às nossas crianças!!
Aproveite!
Serviço:
Em cartaz no Moviecom Castanheira e Iguatemi: www.moviecom.com.br
ou ainda na esquina mais próxima de sua casa!!(Mas por favor, evite comprar filmes piratas!! Ninguém merece a falta de qualidade desses produtos!)
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Comentários
Gostei mto da crítica. O fator surpresa e a carga reflexiva do filme, não ficaram vagos, você soube apresentar tais característica com minúcias, exemplos relevantes, e levantando questões. Parabéns! A veia jornalística está se manifestando cada vez mais naturalmente.
Minha única crítica construtiva seria um "double-check" no português. Costumamos escrever tão empolgados que escrevemos errado, apesar de ter acertado em cheio no conteúdo ;)
Assim que puder, assistirei!
Agora, com referências!
Gostei do seu comentário/resenha acerca do filme do robozinho, tá tudo dentro dos padrões estudados no semestre passado. Nele, vc colocou toda a sua subjetividade, uma vez que já o assistiu. Gostei muito! Só não utilize muitas imagens de terceiros, isso tá dando muita confusão, tudo por conta dos direitos autorais. Mas ficou muito legal! Gostei mesmo, aliás, vc é uma jornalista muito aplicada, e isso é o diferencial de um bom profissional que gosta de jornalismo... Fui muito bom ter convivico com vc e os demais colegas durante um ano!
" A saudade é uma senha que nos permite abrir passagens para infinitos sentimentos e emoções vividos e não esquecicos" [Haroldo Gomes].
Obrigadoooo por tudo!!!!
Valeu mesmo!!
Hagagê
Haroldo, pode deixar que observarei suas dicas. Mas espero que sua vida se resolva e volte para o caminho que deves seguir!
Emily qrida, eu adoooooro cinema!!!E este é um espaço que pretendo usar como um termomêtro das minhas análises. Espero sempre contar com sua presença por aqui!
Um grande beijo!
Obrigada por dividir comigos suas anotações (falo anotações pq considero os blogs uma forma de anotar nossas impressões, sentimentos, conhecimentos etc...como os bons e velhos diários, só que com muitas possibilidades de convergência midiática).
Gostei do seu texto. Bem desenhado e com as informações fundamentais para quem se interessa pelo filme.
Vou agendar para assisti-lo.
Como vc parece gostar de animações, como eu, sugiro o sensível "As bicicletas de Belleville". Um filme europeu, sem grandes efeitos especiais, mas cheio de lirismo.
Vale a pena!!
Boas férias, a gente se encontra em agosto em Radiojornalismo.
bjo
Eu sou suspeita para falar deste filme, não poderia escolher companhia melhor para ir ao cinema, ver um filme tão sensível, inteligente e condizente com o futuro, parecido com você né Lu?
Amei ter a tua companhia neste filme, te emprestar a caneta e o papel para as primeiras anotações desta incrível crítica que você escreveu, cheia de sentimentalismo e de conhecimento.
E quanto ao tratamento do texto, também sou suspeita para falar, adoro e acho o máximo tudo que escreves.
Aproveito para escrever aqui que adorei te conhecer melhor, você me fez acreditar novamente em que ainda existem pessoas boas e sensíveis neste mundo!
Te desejo toda a força, conhecimento e sucesso do mundo, torço por você!
Mil beijos de quem te adora,
Lígia
torna-se ainda melhor com as maravilhosas companhias.
até que enfim tomou vergonha na cara e melhorou esse gosto.
:p
sacanagem! adoro suas sugestões e sei que és uma comentarista criteriosa, às vezes, minuciosa até demais.
bom´, é melhor eu parar por aqui antes que eu perca uma amiga.
beijos, muié!
E ratifico ainda mais minha assertiva ao ler tuas impressões sobre "Wall-E". Dá vontade de assisti-lo imediatamente, com uma urgência de aprender com um robozinho o que é ser humano de verdade.
Talvez pelo tom nostalgico do comentário, ainda que referente a fato presente - o filme. Há o detalhe da avó, do "um dia isso pode me servir pra alguma coisa".
Parabéns, amiga, pela arte inata da escrita, ou melhor, pela sensibilidade transcrita em palavras.
bjs!