Jornada rumo a Escola: como Carlos chegou ao Felipe Smaldone
Voltei a escrever sobre minha
rotina como “Mãe Deficiente” para dizer que Carlos já começou a estudar. Na verdade
iniciou os estudos em Maio de 2012, mas para dar conta de um monte de
responsabilidade de trabalho, acabei deixando passar muito tempo.
A jornada não
foi simples. Deu muito, muito, muito trabalho.
Acreditava logo depois que
concebi a limitação de meu filho, que um dos principais desafios a se enfrentar
era como ele ia estudar? Onde? Escola Inclusiva é uma realidade escassa,
para não dizer praticamente ausente, na realidade do ensino brasileiro. Primeiro
passo foi pesquisar quais escolas em Belém e Ananindeua tinham educação para
surdos, e no pré-escolar!! Olha o desafio!! Ai descobri por meio de amigos duas possibilidades: A UEES ProfessorAstério de Campos, mantida pelo Governo do Estado e o Instituto FelipeSmaldone. Visitei as duas pessoalmente e foi inevitável não me encantar com o
trabalho do Smaldone.
Primeiro passo dado, Carlos teve que fazer vários exames para poder se matricular, em um
processo que demorou aproximadamente dois meses, porque todos os exames e
consultas deveriam ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que faz o
processo demorar mais do que o normal. E nesse caso já era a segunda vez que
meu filho ia repetir os exames, já que o diagnostico oficial saiu pelo plano
de saúde.
Consultas com Pediatra, Assistente Social, Psicóloga, Pedagoga e duas
Fonoaudiólogas fizeram que eu contasse toda a historia de como Carlos chegou em
minha vida, tudo para fazer parte de uma investigação e entender as possíveis causas biológicas da surdez dele. Então contei diversas vezes a mesma história, e
lembrar da ausência total do genitor do meu filho (e não pai), cujo o relacionamento
superficial que vivi não permitiu saber detalhes da saúde, e quem sabe
descobrir possíveis doenças ou até incompatibilidade sanguínea. Enfim.
Após esse processo de entrevistas
no Smaldone, fui encaminhada para o Instituto de Saúde Auditiva (ISA) para
solicitar pelo SUS o aparelho auditivo, o que me levou a repetir todo o
processo de “contação de história”. Carlos então fez os exames de Bera,
Eletrocardiograma, Raío X, exame de sangue e um eletroencefalograma para anexar
ao pedido, e também a matrícula no Instituto Smaldone.
Ele fazendo o exame de Raio X do pulmão. |
Aqui fazendo o eletrocardiograma |
Já com tudo (ou quase tudo) em mãos, Carlos começou a
estudar dia 07 de maio de 2012 com uma sede de conhecer o que viria na vida
dele, que nem chorou ou fez as já conhecidas cenas dramáticas que as crianças
costumam fazer nos primeiros dias de aula. Carlos nunca se quer esboçou
tristeza para ficar na escola. Ele adora o clima, as pessoas, a sala, a
professora, os coleguinhas, e principalmente a piscina onde tem aulas de natação.
Carlos conhece pela 1º vez a professora Marcia |
1º dia de aula saindo de casa. |
Com os coleguinhas de sala. |
Apresentação do Dia das Mães. Quase morri de tanto chorar!!! |
A maninha Duda e ele na festa junina! |
Nesses três meses de escola, Carlos deu um salto na forma de
se comunicar, na compreensão que tem das coisas e do mundo ao seu redor. É muito
comunicativo e super alegre! Saiu da fralda, gosta de comer sozinho, dorme e
come muito bem e tudo quer “falar”, a todo momento! Já participou de peças de teatro e apresentações de dança. As fotos não tenho, mas em breve posto o lado artístico dele! rs..rs..
O aparelho auditivo chega no
próximo dia 30.08 e farei uma postagem exclusiva sobre isso, já que é um grande
momento nas nossas vidas. O processo de adaptação do uso da prótese auditiva
fará toda a diferença para o desenvolvimento da fala, já que a perda dele
apesar de ser severa a profunda, não é total. O que dá uma mega chance dele se
comunicar verbalmente.
Obrigada por lerem este espaço. E espero poder sempre trazer
ótimas noticias pra vocês sobre a jornada de ser “Uma mãe deficiente”. Deixo a apresentação dele na festa junina! Uma graça!
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